A Toyota não é a primeira e nem será a última a tentar estender a vida do motor de combustão interna nas próximas décadas. O tradicional fabricante nipônico acredita que o motor a gasolina ainda pode render muito e já busca alternativas técnicas para obter maior rendimento.
Para isso, a Toyota vai recorrer a um sistema de alteração do comprimento da biela, a fim de alterar o curso do pistão no topo, aumentando ou diminuindo a compressão dentro da câmara. De acordo com os desenhos, dois atuadores hidráulicos alteram a altura do pistão sobre a cabeça superior da biela.
Com essa alteração, é possível modificar gradualmente a taxa de compressão, possibilitando melhor ou pior queima da mistura ar-combustível. Em alta compressão, reduz os efeitos de detonação na combustão e, em baixa compressão, dá ao motor melhor eficiência em regimes de tráfego pesado, bem como reduz a necessidade de combater as altas temperaturas.
A vantagem da tecnologia da Toyota, segundo especialistas, é que pode ser utilizada junto com o atual comando eletrônico de variação de abertura de válvulas de admissão e escape, chamado VVT-i e amplamente usado em motores da marca, incluindo os carros mais simples, tais como o Etios, por exemplo.
A tecnologia de variação de compressão também pode ser utilizada com injeções de combustível dos tipos indireta, direta e common rail, esta última em ciclo Diesel. Os motores de ciclos Otto, Miller e Atkinson também aceitam esse sistema. Por enquanto, não se sabe como os atuadores serão acionados. Hidráulicos, ele devem utilizar o fluxo de lubrificante no virabrequim, mas o comando eletrônico provavelmente será feito por conexão sem fio, evitando ligação física.
A Nissan também aposta na variação de compressão por meio de ajuste na altura dos pistões. A marca rival da Toyota desenvolveu o Harmonic Drive através da divisão de luxo Infiniti. A tecnologia difere da concorrente por utilizar um braço articulado para mover a altura do eixo virabrequim de forma mecânica. Assim, pistão e biela também se movimentarão para cima ou para baixo, alterando a taxa de compressão e o funcionamento do motor.
Esse novo propulsor, conhecido comercialmente como VC-Turbo, sendo um 2.0 sobrealimentado com taxa de compressão variando de 8:1 a 14:1. Com isso, ele conquista o melhor de dois mundos, tendo o rendimento energético da gasolina e a eficiência energética do diesel, isso sem contar o alto torque em baixa rotação. A economia chega a 27%, obtendo 270 cv e 39,6 kgfm, substituindo o V6 3.5 tradicional.
Fonte: Notícias Automotivas