Pedidos de falência da indústria caem 15% até maio, afirma SCPC

A indústria brasileira lidera que pedidos de falência e recuperação judicial judicial nos primeiros cinco meses deste ano na comparação com os setores de comércio e serviço.
De janeiro a maio foram registrados 267 pedidos de falência por indústria no país, informa a Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (Boa Vista/SCPC). Na comparação com o mesmo período de 2016, houve queda de 15,2%.
No comércio, o recuo foi de 3,8% nesses pedidos, que é demandado por credores, de 209 para 201, enquanto o setor de serviços registrou baixa de 4,6%, de 342 para 326 pedidos de falência, sempre levando em conta a comparação anual do consolidado de janeiro a maio.
Em relação aos pedidos de recuperação judicial, que são solicitados pela própria empresa devedora com o objetivo de reestruturar seus passivos sem interromper as atividades, os três setores também usaram menos esse expediente nos cinco primeiros meses do ano na comparação com igual intervalo anterior.
No período, os pedidos de recuperação judicial na indústria caíram 25% de 218 para 163. O comércio teve queda de 22% (de 327 para 254) e os serviços, de 19% (de 318 para 258).
O economista da Boa Vista SCPC Flávio Calife pondera que os números ainda são elevados, mas que a tendência de queda deve se acentuar ao longo do ano. Ele destaca que a redução dos pedidos de falência e recuperação judicial verificada nos primeiros cinco meses deste ano reflete os indicadores macroeconômicos.
“Indústria vive um momento melhor que o comércio e serviços. Depois de muita piora, o setor industrial é o que está se recuperando mais rápido, muito ajudado pelas exportações. Serviços e comércio ainda estão em queda, mas num ritmo mais fraco, então eles apresentam uma recuperação mais lenta nos indicadores de solvência”, avalia Calife.
Segundo ele, o menor número de pedidos de falência e recuperação judicial também pode estar associado à queda da inflação, dos juros e do próprio crescimento econômico do primeiro trimestre. “Houve um choque de preço muito forte em 2014, 2015. Isso força muito a folha salarial, principal custo de um negócio. Muitas empresas tiveram que recompor salário em conseguir repor vendas. Hoje esse custo está caindo e também tivemos um primeiro trimestre de crescimento. Já no caso do juro básico mais baixo, o impacto na solvência das empresas é de melhora na perspectiva das empresas ficarem em dia com suas dívidas”, acrescenta Calife.
Fonte: Valor Econômico